
Aguiar era um grande defensor da cultura portuguesa sendo, em contraponto, um profundo crítico da facilidade com que a população portuguesa tem tendência a assimilar tudo o que é estrangeirismo em detrimento daquilo que "é nosso".
Magoava-o o desrespeito pela escrita da Língua Portuguesa, progressivamente conspurcada por corpos estranhos e cada vez menos praticada com correcção. Aliás, como disse Alice Vieira, grande amiga de Aguiar, este era uma pessoa extremamente calma e a única coisa que o irritava era os erros de português.
Com publicação em Espanha, França, Itália, Alemanha e Bulgária, Aguiar deixa atrás de si um apreciável rol de obras destacando-se na ficção histórica, através da qual procurou retratar com rigor a realidade da Antiguidade no espaço territorial do Portugal actual. O seu último livro, "O Priorado do Cifrão", é, por outro lado, uma crítica mordaz e irónica aos "best sellers" instantâneos e aos seus sucedâneos, numa alusão clara ao "Código Da Vinci".
Com o seu desaparecimento, a cultura portuguesa fica mais pobre e, ao mesmo tempo, perde um dos seus mais acérrimos defensores.
Artigos relacionados:
Foto: Hardmusica
Comentários