Não massacrem mais a bandeira nacional - III - A 2ª Dinastia


Após a crise de sucessão de 1383-1385 e com a subida ao poder de D. João I, mestre da Ordem de Avis, há uma nova alteração das armas do escudo nacional. Por ser filho ilegítimo de D. Pedro I, tal como Afonso III, também D. João teve de impor alterações ao escudo. Por ser Mestre da Ordem de Avis, uma ordem religiosa militar (à semelhança dos míticos templários), D. João incorporou a cruz verde da bandeira da ordem de Avis ao escudo nacional, deixando apenas visíveis as suas extremidades.

É nesta altura que os besantes encontram o seu número definitivo de 5 dentro de cada escudete que também pela primeira vez são chamados de "quinas".



Cerca de 100 anos depois das últimas alterações, outro rei de nome João, agora D. João II "O príncipe perfeito", introduz novamente alterações no escudo de armas nacional. Concretamente, ordenou que se levantassem os escudetes laterais, que até então estavam deitados, talvez por achar que assim se transmitia uma imagem de maior orgulho e altivez, e também ordenou que se retirasse do escudo a cruz da Ordem de Avis. Terá pensado que esta estava a mais no escudo e não se integrava nos restantes símbolos de identidade nacional?

De igual modo, o número de castelos na bordadura foi regularizado, surgindo em número de 7 (como na imagem acima) ou 8 de forma a fazer um preenchimento uniforme.



Quando D. Manuel I, primo de D. João II, sobe ao poder, verifica-se uma nova quebra na linhagem de sucessão real e, como anteriormente aconteceu, verificou-se uma nova alteração das armas reais que, pela primeira vez, surgem sobre uma bandeira branca.

Para além da novidade na forma do escudo, agora ogival (com D. João III o arco inferior do escudo passaria a redondo), surge sobre este uma coroa aberta pretendendo simbolizar o reforço da autoridade real.

Com D. Sebastião, a coroa passaria a ser fechada (para reforçar ainda mais a ideia de autoridade do poder real) e o número de castelos passaria em definitivo a 7. Parece ter sido nesta altura que a bandeira passou a ter uma forma rectangular em substituição da tradicional bandeira quadrada. Esta seria também a configuração da bandeira e das armas do escudo português durante os 60 anos de domínio espanhol.




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