Suíços reprovam construção de minaretes


Os suíços rejeitaram em referendo a construção de minaretes, torres associadas às mesquitas e usadas para chamar os fiéis à oração. Os partidários do "Não" defenderam durante a campanha que os minaretes são símbolos de poder político islâmico e apoiaram a sua campanha em cartazes que, segundo os defensores do "Sim" carregavam uma mensagem não muito subtil de islamofobia, em que a bandeira Suíça surge coberta de minaretes que lembram mísseis, para além de uma mulher coberta com uma burca.

Pelo que percebi, esta proibição prende-se apenas com a construção dos minaretes e não com a construção de novas mesquitas. Isto seria equivalente a proibir-se a construção de torres de igreja, destinadas também elas a convocar os fiéis para o culto (aliás, não são raros os casos na Península Ibérica em que minaretes foram reconvertidos em torres sineiras).

Ora, sendo a Suíça um estado laico, onde a população usufrui de liberdade de culto e tendo em conta que a comunidade islâmica no país é já de 400.000 habitantes (numa população de 7,7 milhões), esta medida promete causar grandes problemas ao país e pode servir para acicatar ainda mais a cisão entre cristãos e muçulmanos na Europa e Médio Oriente.

Será que a comunidade cristã estaria disposta a aceitar uma proibição deste género relativa a torres sineiras em países em que é minoritária? Qual é afinal o problema em se construírem minaretes, alguns deles verdadeiras obras de arte?

A torre-ícone de Sevilha - A Giralda - Torre da Catedral e ex-minarete reconvertido em torre sineira.

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