Na comemoração dos 200 anos do Cerco de Almeida (24 de Julho a 28 de Agosto de 1810), que levou à tomada da Praça pelas forças francesas da 3ª invasão, comandadas pelo General Massena, pelos fossos da fortaleza e pelas margens do Côa voltaram a fazer-se ouvir os disparos dos mosquetes e dos canhões, numa recriação histórica que envolveu centenas de pessoas
No Sábado teve lugar a recriação da Batalha do Côa (24 de Julho de 1810), que antecedeu o Cerco de Almeida, recriando um momento particularmente difícil para as forças anglo-lusas e onde entre 700 a 1.000 homens terão perdido a vida. Foi por isso também carregado de significado o momento em que, sobre a ponte do Côa, todos os participantes da recriação da batalha dedicaram um minuto de silêncio aos que caíram naquele dia.
A Batalha do Côa
Perante o avanço francês, Wellington adoptou uma táctica de desgaste do inimigo sem oferecer combate frontal, retirando gradualmente o exército anglo-luso em direcção a Lisboa, ganhando o tempo necessário para que as Linhas de Torres fossem concluídas.
Junto a Almeida estava estacionada a Brigada Ligeira, comandada pelo General Craufurd e formada 5.000 homens, que recebeu ordens para não esperar os franceses na margem direita, cruzando a ponte e formando resistência na margem esquerda.
No entanto, Craufurd resolveu ser arrojado e, ignorando as ordens, acabou por ser surpreendido pela chegada de 20.000 franceses, sob o comando do Marechal Ney. Este envolveu 6.000 homens no combate directo contra a Brigada Ligeira anglo-lusa, deixando o restante em reserva e em preparação do cerco à vila de Almeida.
Acossado, Craufurd não teve remédio senão retirar rapidamente em direcção ao Côa, procurando passar à margem esquerda, numa retirada que teve vários momentos extremamente difíceis, para aí estabelecer uma linha de resistência.
A ponte sobre o Côa tinha também uma importância estratégica vital visto ser, integrada na estrada que levava a Lisboa, a única travessia sobre este rio na região.
Apesar dos ingleses terem acabado por conseguir estabelecer uma posição sólida na margem esquerda, Ney não desarmou e, de forma algo precipitada, deu ordens para que as suas forças tomassem a ponte, investindo sobre as forças anglo-lusas.
A resistência foi no entanto encarniçada e os franceses não conseguiram passar, tendo suportado terríveis baixas, de tal forma que, devido à acumulação de mortos e feridos no tabuleiro da pontte, era já praticamente impossível atravessá-la.
O ataque foi então suspenso. A coberto da noite, por volta da meia-noite, Craufurd acabaria por dar ordem de retirada, deixando os franceses à vontade para atacar Almeida. Esperava-se que a praça resistisse alguns meses, até às primeiras chuvas mas, por um grave infortúnio, a vila acabaria por ter de se render a 28 de Agosto.
Ver o vídeo da Recriação da Batalha do Côa - Bicentenário do Cerco de Almeida
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