De bananas ou ananazes?... I

Depois da longa espera, está finalmente pronta a prometida posta. Ora como é dificílimo para mim PARAR de escrever sobre a pérola do Atlântico, e porque há muito a dizer, vou dividir o artigo em 3 postas. Aqui fica a primeira com um cheirinho do que aí vem. É uma contextualização geral, uma espécie de KatanoPédia, em jeito de introdução à real posta. Espero que gostem e tenham pachorrinha para lerem tudo. Para mais informações, contactar a euzinha. :)


I – KatanoPédia

(Mapa de Piri Reis - 1513)


Apesar da sua descoberta ter sido atribuída a Tristão Vaz Teixeira e João Gonçalves Zarco em 1419 (ainda que, por uma questão de correcção temporal, a primeira ilha a ser descoberta tenha sido o Porto Santo em 1418), as ilhas que constituem o arquipélago são já referenciadas desde o tempo dos Romanos (conhecidas como as Ilhas Púrpura) e em alguns escritos do século XIV, chamadas de Leiname, Diserta e Puerto Santo. Para evitar uma situação semelhante à acontecida com as Canárias, a sua colonização foi iniciada em 1424/5 por elementos da pequena nobreza, famílias pobres de meios rurais e alguns presos do reino (o que muitos afirmam explicar muita coisa relativamente à personalidade do actual presidente da Região Autónoma), adoptando-se um sistema de Capitanias.

(Divisão em Capitanias, Autor desconhecido, 1888(?))

O seu nome (quer da ilha, quer do arquipélago) atribui-se à variedade luxuriante de vegetação que os navegadores encontraram com espécies até à data completamente desconhecidas dos Europeus (aliás, espécies como os dragoeiros, por exemplo, permanecem, ainda hoje, desconhecidas para muitos).

(Ilha da Madeira - © Nuno Chambel)

Situado em pleno oceano Atlântico, a cerca de 980 kms de Lisboa e a 700 da costa Africana, o arquipélago é constituído por 7 ilhas (e não duas como muito boa gente pensa): Madeira, Porto Santo, Desertas e Selvagens, estas duas últimas são pequenos conjuntos de ilhas desabitados e com estatuto de reserva Natural. Apesar de ser um arquipélago mais pequeno que o dos Açores, por exemplo, as diferenças entre as ilhas que o constituem são marcantes. A ilha da Madeira possui um relevo acidentado e inconsistente, a parte norte da ilha dominada por encostas e arribas, onde se encontram os picos mais altos do arquipélago (Pico Ruivo – 1.862m, Pico do Areeiro – 1.815m, etc); e a parte sul onde dominam as paisagens mais planas e menos acidentadas. A vegetação é abundante, rica e variada e, independentemente da altura do ano, a ilha é um ponto verdejante no oceano, pleno de flores e cursos de água. ( e é por isto que a Madeira é um jardim e não por causa do senhor Presidente da Região).

(Ilha da Madeira - © Nuno Chambel)

O Porto Santo, por sua vez, é uma ilha muito menos acidentada, mais plana, com vegetação menos exuberante e mais rasteira, o solo é mais pobre e durante as épocas mais quentes do ano a ilha reveste-se duma tonalidade seca e dourada e algo mais árida. No entanto, é em Porto Santo que encontramos 9kms de extensão de praia de areia fina, com propriedades terapêuticas, devido à sua natureza calcária, característica orgânica que não se verifica em mais nenhuma praia do território Português.


(Ilha de Porto Santo - © SeteLuas [vá n sejam maus, não é uma foto à lá Xamane mas as melhores estão para vir...])


As Selvagens e as Desertas, são extremamente agrestes mas constituem um autêntico paraíso para diversas espécies animais, nomeada e principalmente aves e vida marinha.


(Ilhas Desertas, Vista Aérea - Autor Desconhecido)


(Ilhas Selvagens, © Ivan Ramiréz)




Aberto o apetite, vale a pena continuar? ;)


(NOTA: Todos os direitos de autor são respeitados e mencionados nos termos da lei. :p)

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