Maria José nasceu na Lardosa em 1955. Na sua juventude percebeu que era lésbica e quando a sua mãe descobriu levou-a para ser exorcizada. Não tendo resultado, acabou internada num colégio de freiras o que não deixa de ter o seu quê de irónico. Já na década de 1970, emigrou clandestinamente para França onde desempenhou vários tipos de trabalho. Depois de ter lançado um negócio que não correu bem, sendo inclusive roubada pela então namorada que também era sua sócia, acabou por se tornar taxista e, mais tarde, através das ligações que estabeleceu por frequentar estabelecimentos de diversão nocturna ligados ao universo lésbico parisiense, tornou-se motorista exclusiva de um bar frequentado por várias personalidades do show bizz, independentemente da sua sexualidade.
A actriz estado-unidense Julia Roberts ou as cantoras francesas Dalida e Nicoletta foram algumas das personalidades que se sentaram no Opel Ascona branco de Maria José, "Joe" na gíria da noite. Foi numa dessas noites que conheceu um argumentista e escritor de canções chamado Étienne Roda-Gil que ficou fascinado com a história de vida de "Joe". Nunca mais se voltaram a ver mas algum tempo depois uma jovem Vanessa Paradis, então com 14 anos, atingia o estrelato com a canção "Joe le Taxi", escrita por Étienne Roda-Gil. Embora o vídeoclip da canção mostrasse um taxista negro nova-iorquino, a letra da canção continha claramente alusões à figura da taxista "Joe" da noite parisiense. O single esteve no top de vendas em França durante várias semanas e deu origem a várias versões pelo Mundo, inclusivé em espanhol e português.
Maria José faleceu a 3 de Março de 2019 vítima de cancro. Foi discretamente sepultada na sua terra natal, a Lardosa, 3 dias depois.
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