E eis que chegámos a Londres!

Após uma breve viagem aérea estamos em Londres. Começando exactamente por falar da viagem, há dois aspectos a salientar. Primeiro, Portugal não parece tão mal quanto isso quando visto a partir das nuvens. Em segundo lugar, esta viagem foi para mim um segundo baptismo de voo. Na minha última viagem aérea, que por sinal foi a primeira, tive direito a um emblema com os dizeres "piloto júnior" e um livro para colorir. Nesta, tudo tinha de ser pago. Realmente o serviço a bordo nas viagens áreas perdeu qualidade nos últimos anos.

Ao chegar a Londres, tivemos direito a um agente da alfândega bastante espirituoso. Pegando no meu cartão de identificação, olhou para a foto, olhou para mim e de novo para a foto. Aí cheguei a pensar que isto de ter ficado mais bonito com o passar dos anos talvez não fosse afinal tão positivo quanto isso... Sobretudo quando, com ar de suspeita, o agente me pediu para tirar os óculos. Em seguida, voltou a olhar alternadamente para mim e para a foto e acrescentou "Ok, agora tire a barba, por favor"... e sadicamente esperou eternos segundos antes de começar a rir! Suponho portanto que fui vítima de algum tipo de praxe alfandegária.

A primeira experiência de contacto com transeuntes acabou curiosamente por ser com duas turistas francesas que nos abordaram na estação de metro de Baker Street, no preciso momento em que nos preparávamos para comprar um passe de transportes públicos. Interpelaram-nos e, após terem perguntado se falávamos francês, ofereceram-nos 2 cartões Oyster ainda com 10 libras de saldo. Estes são cartões que são carregados em máquinas nas estações de transportes públicos, sendo que o saldo vai depois sendo abatido à medida que os vamos usando para nos deslocarmos em Londres. As simpáticas senhoras desejaram-nos depois boa estadia e partiram. Após um momento de estupefacção inicial, lá começámos a dar uso aos cartões. E não é que estavam mesmo carregados? Afinal há esperança para a humanidade!

Já na rua, sob a chuva, tivemos alguma dificuldade em encontrar o alojamento onde iríamos ficar. De repente, do outro lado da rua ouviu-se "Estão perdidos?". Sem esperar pela resposta, este simpático senhor, dos seus 40 anos, atravessou a passadeira na nossa direcção e acrescentou que estávamos com ar de quem estava perdido. Em menos de 30 segundos deu-nos todas as indicações de que precisávamos e despediu-se com "Normalmente quem anda aqui perdido anda à procura desse alojamento. Se virem alguém que pareça estar perdido já sabem."

Tudo isto em apenas 2h. Como serão os proximos dias?



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