Seleccionador? A solução é simples.

Nos últimos dias temos assistido ao desenvolvimento do capítulo mais recente da novela, de fazer inveja a qualquer argumentista mexicano apreciador de tequilla, que começou no dia em que Carlos Queiroz levantou suspeitas sobre a existência de um possível caso de doping na genitália da mãe de um dos madrugadores membros da ADoP. Daí até à abertura de uma vaga para o cargo de seleccionador nacional foi um tirinho, criando-se assim mais um caso no fértil campo da polémica nacional.

Instantâneo recolhido antes da fuga de Scolari com a Senhora do Caravaggio para o Uzbequistão, deixando para trás Gilberto Madail. Tudo eram rosas na FPF.

Ora, numa bela manhã de Quinta-feira da semana passada, um copo de café com leite e um pão com manteiga, Gilberto Madaíl teve um insight genial: pedir a José Mourinho que viesse fazer um biscate a Portugal só para desenrascar. Está bem que é sedutora a ideia de ter El Especial a conduzir a Selecção e deduzo que até será, para Mourinho, uma importante terapia de relaxamento poder deixar os Galácticos para orientar uma equipa da qual fazem parte Yannick Djaló, Quaresma e Sílvio mas... não será presunção achar que a crise levaria Mourinho a considerar interessante a perspectiva de ter um emprego em part-time?

Momento em que Mourinho se apercebe que não pode convocar Drogba, Milito, Lampard, Sneijder nem Higuaín para a Selecção mas que pode convocar Ricardo Quaresma e Yannick Djaló

Com a sucessão frenética de historietas, avanços e retrocessos que têm sido gerados à volta deste caso, começa a parecer ao adepto comum que a escolha do seleccionador nacional é como tentar desatar o Nó Górdio com uma colher de sobremesa mas a coisa não tem necessariamente de ser assim tão complicada. Aproveitamos, aliás e desde já, para lançar uma sugestão revolucionária que promete, ao mesmo tempo, poupar dinheiro aos cofres públicos: o seleccionador convocado.

Em que consiste o conceito de seleccionador convocado? Simples! Convocar para cada compromisso da selecção o treinador que estiver mais em forma no momento, um pouco à maneira dos jogadores que não têm lugar cativo (essa moda terminou com o guarda-redes Ricardo). Assim, o processo de selecção seria regido por critérios rigorosos:

a) desempenho actual da equipa do treinador em causa,
b) indumentária normalmente usada (sendo o uso de fato de treino eliminatório uma vez que lá fora temos convém deixar uma boa imagem),
c) domínio da língua portuguesa com capacidade de recorrer a mais de 10 lugares comuns sem qualquer erro gramatical,
d) boa coreografia de movimentos de braços ao estilo de um polícia sinaleiro (sempre bonito de ver perante as câmaras)
e) e finalmente se já alguma vez foram apelidados de "Novo José Mourinho".

Manuel Machado. Um técnico que tem sabido reinventar o seu estilo e que honra a língua portuguesa como poucos. Foi uma vez comparado a José Mourinho por um familiar seu durante o almoço de um baptizado.

Obviamente que nesta altura muitos estarão a dizer algo como "Olha-me este! Deve receber comissão do Manuel Machado!". Nada disso! É só uma sugestão desinteressada de alguém que se deparou com grandes dificuldades em fazer chegar o seu CV às mãos de Gilberto Madaíl.

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