
Quanto ao Funeral à Chuva, foi sem dúvida uma bela surpresa, começando no interesse que este despertou visto que a sala estava cheia e até alguns "ubianos" fizeram questão de ir assistir envergando o traje académico. A história do filme é tão simples quanto envolvente: um grupo de amigos de faculdade volta a encontrar-se, 10 anos mais tarde, na Covilhã, cidade onde estudaram, por ocasião do funeral de um outro amigo, o João. Procurando eternizar o momento, começam a recordar os seus tempos de estudante na cidade-neve embarcando ao mesmo tempo numa jornada de redescoberta, isto enquanto vão deixando cair as máscaras que a sociedade lentamente lhes foi impondo.
Um dos grandes trunfos do filme é a forma fácil como consegue fazer os espectadores alternar entre sentimentos, sendo capaz tanto de provocar enormes gargalhadas como de comover a plateia, tudo isto enquanto vai despertando um profundo sentimento de saudosismo da saudável loucura dos tempos estudantis.
O facto do João ser o morto mais saudável que já tive a oportunidade de ver no grande ecrã acaba por ser um pormenor de somenos importância. O que fica é um filme muito bem conseguido que, enquanto nos leva numa viagem de revisitação de sentimentos e de lugares, promove ao mesmo tempo uma importante reflexão sobre o real valor da amizade e, também, sobre a forma como as pessoas que vamos conhecendo são capazes de marcar a nossa vida sem que disso nos apercebamos.
Foto: Ante Cinema
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