O dia em que o preconceito levou um génio ao suicídio

Alan Turing é actualmente considerado o pai da Inteligência Artificial, havendo mesmo quem diga que é ele e não Charles Babbage o pai da Informática. Este cientista inglês foi o cérebro do Projecto X, projecto ultra-secreto levado a cabo pelos serviços de espionagem do Reino Unido, o MI5, durante a II Guerra Mundial, cujo objectivo era descodificar os códigos das transmissões alemãs através da famosa máquina Enigma.

Para apoiar as descodificações, Turing supervisionou a construção daquele que muitos consideram o primeiro computador da história: o Colossus que, com as suas 2.000 válvulas, processava 25 mil caracteres por segundo, avaliando os códigos alemães interceptados pelos postos de escuta dos Aliados.

Ficaria contudo mais famoso na área da Inteligência Artificial, sendo até hoje um nome incontornável nessa disciplina.

Contudo, após a guerra, a sua homossexualidade veio a público e Turing, para não ser preso por "conduta imprópria", aceitou submeter-se à pena de tratamento hormonal. Abandonado e sem trabalho, viria a morrer em depressão, aos 41 anos, após comer uma maçã com cianeto, sendo a explicação mais provável o suicídio, apesar das teorias de conspiração que apontam para a responsabilidade do MI5 no sucedido.

Só a 11 de Setembro de 2009, o Reino Unido pela voz de Gordon Brown, viria a pedir formalmente desculpa pela forma como fora tratado um dos maiores génios do século XX.

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