Assembleia aprova união entre pessoas do mesmo sexo. E agora?

Depois de muita luta, de mil e uma campanhas contra esta "heresia" e de petições de última hora, a Assembleia da República aprovou hoje o casamento entre homossexuais, no que constitui uma medida importante de justiça social.No entanto, o Governo não se quis "queimar" com um assunto que é nesta altura mais polémico que propriamente o dito casamento e que é a adopção de crianças por parte de casais homossexuais. O curioso é que, à luz da lei, nada impede que uma mulher que viva com outra, seja inseminada.

Já agora, e uma vez que pelo que percebi a relutância em relação a este tema prende-se agora, perdida que está a batalha do casamento, com "preocupação" pelo bem estar da criança que teria... "más influências" no seu desenvolvimento, será que é melhor para uma criança crescer em situação de risco ou entregue a uma instituição? Isso mostra que ainda existe alguma ignorância em relação à homossexualidade que se traduz ainda num irracional receio da eventual transmissão da homossexualidade por contágio. Meus caros, a gripe transmite-se por contágio, tal como a papeira, o sarampo e -imagine-se!- até a ignorância se consegue transmitir por contágio e muito mais facilmente o H1N1. A homossexualidade é que curiosamente posso garantir que não.

Depois desta notícia só posso ficar feliz por todos aqueles que finalmente poderão ter direito à escolha de casar ou não. Só peço que não me convidem para mais casamentos em 2010 que já tenho a agenda algo preenchida nesse aspecto e não há carteira que resista.

Já agora, fica a questão. Agora que o casamento homossexual foi aprovado (se não houver mais crises institucionais nas cordiais relações entre o PR e o PM), o que é que vai mudar na vida das pessoas que lutaram afincadamente contra ele?

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