A praga do Pé Descalço

Um dos problemas da Educação em 1956 ainda não era o facto de os alunos trazerem e usarem telemóveis mas sim o facto de não trazerem e não usarem sapatos. A Adidas, Nike e Camport eram ainda uma miragem.


S.R.
A Direcção do Distrito Escolar de Castelo Branco
Aos Senhores Professores e Regentes de Postos Escolares
Em 1 de Março de 1957

Circular nº341

Sua Excelência o Subsecretário de Estado da Educação Nacional, por despacho de 14 de Dezembro último, determinou "que se envidem os melhores esforços no sentido de se resolver o problema do "pé descalço", procurando-se impedir que as crianças venham descalças para a escola, fazendo-lhes ver as vantagens que tal procedimento poderá ter na sua saúde, e ainda, levando-as a reconhecer tratar-se mais de um problema educativo do que económico.

Aponta-se, como estímulo, o exemplo da cidade do Porto, onde mais se tem feito sentir a acção da Liga Portuguesa de Profilaxia Social através de muitos artigos e notícias publicadas nos jornais da cidade, e onde se encontra proíbido o uso do "pé descalço", com penas para os transgressores.

Quando por manifesta carência económica, as crianças não possam ir calçadas à escola, deverá promover a aquisição de calçado de que necessitam, através das Caixas Escolares.
(...)

A Bem da Nação
O Director,
(ilegível)

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