A ASAE e o Prof Bambo.

A ASAE é, por estes dias, considerada como algo monstruoso e implacável que assombra o imaginário do cidadão comum. Podemos até dizer que a ASAE está para o imaginário do cidadão comum como o Bicho Papão e o Homem do Saco estão para as mentes irrequietas das inocentes criancinhas.

Aliás, não há imagem mais tenebrosa que os imparáveis elementos da ASAE, muito semelhantes na sua envergadura a funcionários de controlo de entradas lentas e saídas apressadas nas discotecas, envergando os seus coletes distintos e apreendendo tudo o que for DVD pirata nas bancas dos incautos prevaricadores.

Ora bem, perante tal clima de terror, vale tudo para fugir à ASAE e, por vezes, o desespero atinge proporções gargantuanas, como aliás o demonstra a notícia, já com algum tempo é certo, que chegou à redacção do Blog do Katano:

Ao que parece, um cidadão apresentou queixa contra o Prof. Bambo, o famoso sábio e conselheiro do para-anormal (sem hífen), por este alegadamente o ter burlado em 5470 Euros, valor que pagou por duas consultas (70 Euros) e um tratamento em três fases, custando cada uma 1800 Euros.

O diagnóstico, terá sido feito pela colocação de um pano na cabeça do aflito paciente e o tratamento consistiu em ir buscar 17 pedras ao cemitério e colocá-las num frasco que depois foi atirado ao mar (senhores da autoridade, eis aqui um caso gritante de poluição) e, depois, em não sair de casa no dia 5 de Março após as 17h00 tendo o cuidado de tomar banho com 5 litros de água do mar.

"Mas o que é que isto tem a ver com a ASAE?", estarão os poucos que chegaram até à leitura deste parágrafo a perguntar. Pois bem, segundo o queixoso, o desespero que o levou a procurar o Prof. Bambo foi motivado por um negócio fraco e porque nos últimos meses havia sido visitado 4 vezes pela ASAE, um número excessivo e muito para lá da tolerância humana a visitas da ASAE.

Obviamente poderá parecer que o mais lógico seria gastar os 5470 euros para suprimir o que quer que motivasse as visitas da ASAE mas não! Toca a investir o dinheiro para o Prof. Bambo nos colocar um pano em cima da cabeça.

Por vezes dou por mim a ser surpreendido pelo quão curtas conseguem ser as vistas das pessoas e este caso é um tremendo paradigma disso para além de ser um exemplo gritante de mau investimento.

Se, em vez de recorrer ao Prof. Bambo, o agora queixoso tivesse recorrido a mim, eu ter-lhe ia colocado um rico paninho estampado, lavado e perfumado com aroma de lavanda na cabeça, tê-lo ia feito colocar o dobro das pedras no frasco e ter-lhe-ia dado o dia 5 de Março completo de folga, tudo por apenas metade do preço.

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