
Neste ossário repousam as ossadas de cerca de 130.000 cadáveres recolhidos na zona da batalha, zona onde, ainda hoje mas embora mais raramente, ainda vão sendo ocasionalmente descobertos alguns despojos.
A ideia para a construção do Ossário surgiu nos primeiros dias do Armistício para dar uma última morada digna aos milhares de cadáveres despedaçados que preenchiam a paisagem. 2 anos depois era criado um ossário provisório onde foram sendo guardados os restos mortais dos soldados franceses e alemães até à abertura oficial do Ossário em 1932. Ironicamente, a primeira pedra foi colocada em 1920 pelo Marechal Pétain, herói da defesa de Verdun, que terminaria a sua vida acusado de traição por ter liderado o regime colaboracionista de Vichy durante a ocupação nazi na II Guerra Mundial.
A dominar o Ossário ergue-se uma torra de 46 metros a partir da qual se abarca o pesado cenário do cemitério militar e toda a paisagem que daí se estende por quilómetros. Nesta torre existe um enorme sino que ressoa em cerimónias importantes e um farol, a lanterna dos mortos, cuja luz se estende todas as noites sobre o antigo campo de batalha.
No primeiro andar do Ossário encontra-se o Museu da Guerra, com relíquias das povoações desaparecidas, vistas estereoscópicas do campo de batalha e diversas armas, onde se destaca o lança-morteiros alemão de 76mm em perfeito estado de conservação e classificado de Monumento Histórico.
No rés-do-chão situa-se o claustro de 137m de comprimento onde repousam as ossadas encontradas no campo de batalha e que nunca foram identificadas, assim como o nome de cada um dos soldados que desapareceram em Verdun, gravado nas paredes. Nos 2 extremos do claustro, encontram-se dois escudos simbólicos no centro dos quais arde uma chama em dias de cerimónia.
É ainda possível encontrar uma loja de recordações, um auditório com a projecção de um filme evocativo da batalha e do sofrimento que os soldados tiveram de suportar.
Embora tenha sido construído com o propósito de eternizar o sacrifício dos que pereceram em Verdun, com um certo cariz nacionalista implícito, o Ossário pretende hoje fomentar a ideia de reconciliação e paz.
O paradigma dessa ideia aconteceu sem dúvida em 1984, durante uma cerimónia comemorativa que decorreu no Ossário, quando o presidente da república de França, François Mitterrand, e o chanceler da República Federal Alemã, Helmut Kohl, deram as mãos em sinal de reconciliação após os 3 conflitos sagrentos que opuseram franceses a alemães de 1870 a 1945.

Foto: Encarta
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