Agora SIM

Parece que finalmente a maioria dos que se deram ao trabalho de votar decidiu optar por uma escolha racional e menos hipócrita (se formos analisar a fundo, o uso de contraceptivos não é já per si uma forma de impedir alguém de nascer?). A eles o meu aplauso.

Lamentável é mais de metade da população nem sequer se ter dado ao trabalho de ir votar devido, ao que parece, às condições climatéricas que pelos vistos tem uma influência decisiva neste tipo de referendos. Recordo que no referendo de 98 também devido ao clima, cerca de 60% do eleitorado se baldou preferindo ir para a praia.

Embora não sendo vinculativo devido à abstenção, as esferas políticas obviamente souberam interpretar estes resultados pelo que a lei em breve deverá ser alterada. A ver vamos como vai correr a adaptação dos serviços de saúde a esta nova realidade.

Como dizia o meu pai ontem "Com o sistema de saúde que temos, as grávidas vão andar em lista de espera durante anos até conseguirem fazer o aborto".

Comentários

Gil Lopes disse…
Pois, e agora primeiro que escolham os locais das clinicas, (ou que os subsidios cheguem), ou seja, o normal neste pais de brandos costumes.
O teu pai é que a sabe toda, pelos vistos agora também vai ser preciso efectuar um controlo para se ficar grávida para dentro de 3/4 anos se poder abortar numa clinica sem se ser penalizada, he he.

Mas, nem tudo é mau, visto que o sim á despenalização é uma melhoria significativa e acaba com a hipocrisia que existia até agora, é preciso é o novo modelo funcionar bem.
Anónimo disse…
Nenhuma mulher faz um aborto de ânimo leve e ninguém é, certamente, e ao contrário do que apregoavam os defensores do não, a favor desta prática, só porque sim.
Eu também votei a favor porque defendo a vida, a dignidade, o respeito pelo ser humano que, conscientemente, toma uma das decisões mais dificeis da sua vida, por mil e uma razões possiveis.
Formalizou-se finalmente a existência da prática do aborto que todos sabiam existir há muitos anos mas que ninguém se atrevia a reconhecer. O parlamento deixou a decisão nas mãos dos eleitores. E fez muito bem. Afinal, no domingo, para minha alegria, consegui surpreender-m.
A lei estará elaborada até julho, segundo se disse. Vamos ver.