Estará o PS arrependido de ter "alistado" Carolina Patrocínio?


Depois das arrojadas declarações que projectaram Carolina Patrocínio como ícone da juventude e que revolucionaram a sua imagem de pessoa de fortes convicções políticas e sociais:


"Detesto perder. Prefiro fazer batota"

"Odeio os caroços nas frutas. Só como cerejas quando a minha empregada tira os caroços por mim"

"Não como fruta se tiver de descascar...e uvas sem graínhas! Dá uma trabalheira!"


...e também de uma pessoa que sabe o que quer para si:

"Queria ter formação. Queria ser comunicadora porque... (dúvida)... Porquê? (risos)"

Eis que agora, numa entrevista ao i, Carolina faz outra revelação bombástica: 

"Para as legislativas votei sempre PS. Em outras eleições não necessariamente, depende dos candidatos..."


Seria pois mais uma demonstração de profunda convicção política, traduzida na ideia de que nas legislativas vota sempre PS e nas outra vota em quem calha, se não houvesse aqui um pequeno problema, um detalhezinho ínfimo, uma coisa quase tão imperceptível como o sinal da Catarina Furtado... bom, se calhar mais como o sinal na careca do Gorbachev: as últimas eleições legislativas foram a 20 de Fevereiro de 2005 e a mandatária para a juventude do PS atingiu os 18 anos em Maio de 2005. Ora como no calendário gregoriano em uso em Portugal o mês de Maio surge após o mês de Fevereiro, isso significa que a mandatária do PS para a juventude tinha 17 anos no momento da realização das últimas legislativas e, como tal, nunca votou em quaisquer eleições legislativas.


Das duas uma: ou a mandatária do PS para a juventude está algo confusa e confundiu as últimas autárquicas de 9 de Outubro de 2005, ou as últimas presidenciais de 2006, ou as últimas europeias, com eleições legislativas, ou então terá mesmo confundido o Referendo do Aborto com as legislativas mas, até agora, ainda ninguém a ouviu dizer que o Aborto tem sido um bom primeiro-ministro, pelo que esta última hipótese será a mais improvável.


Será que por esta altura o PS estará arrependido de ter escolhido Carolina Patrocínio para mandatária da juventude ou será que este "lapso" é tão normal e natural como um candidato às legislativas (aquelas da Assembleia da República) afirmar que não vai aumentar os impostos e depois fazer exactamente o contrário?

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