(Des)informação turística

Esta tarde, em viagem pelo vale glaciar do Zêzere, detivemo-nos por alguns minutos em Valhelhas, aproveitando para dar uma vista de olhos à Igreja Matriz de Santa Maria Maior, um templo aparentemente consagrado em 1168 e que nos chamou a atenção pela sua peculiar inscrição sobre o arco da porta lateral.

A inscrição, algo indecifrável para nós in situ , testemunha no entanto a consagração / inauguração da igreja em "Março de 1200" o que equivale a dizer que a mesma foi consagrada em 1168, dado que em 1582, a adopção do calendário Gregoriano em substituição do calendário Juliano em uso até então, levou a que fossem subtraídos 38 anos.

Seja como for, o mais peculiar desta curta visita acaba mesmo por ser a qualidade das informações, que nos foram prestadas por um indígena idoso estrategicamente colocado na janela do 1º andar da sua casa, acerca de um brasão que havia captado a nossa atenção.

Ao ver-nos fitar a casa onde o brasão se encontrava, o auto-assumido guia turístico disse bem alto "2000 anos antes de Cristo!". Como ficámos a olhar alternadamente para ele e para a casa, repetiu, para que não restassem dúvidas, "A piedra! 2.000 anos antes de Cristo!".

Obviamente, com um sentimento de admiração a preencher o nosso espírito, fitámos assombrados o verdadeiro monumento histórico em forma de brasão de armas que ornamentava o canto daquela casa ao nível do primeiro andar.

Claro que não acreditámos em momento algum na inscrição que, no brasão, proclamava que havia sido  "MANDADA FAZER ESTA OBRA (em) 1693".


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