Pelos museus de Belmonte I

No passado Sábado, uma comitiva do Blog do Katano deslocou-se à vila de Belmonte, terra onde o Judaísmo e a herança dos Cabrais estão ainda bem vivos, para visitar a rede museológica local, começando pelo Castelo e a exposição dedicada a Centum Cellas na torre de menagem, para depois prosseguir pela Igreja de Santiago, Museu Judaico, Ecomuseu do Zêzere, o novo Museu dos Descobrimentos, terminando finalmente no Museu do Azeite.



De há uns anos a esta parte, Belmonte tem vindo a realizar um excelente trabalho no que diz respeito à preservação e aproveitamento do seu património histórico. A rede museológica, reforçada pela Igreja de Santiago (desde a minha última visita) e pelo Museu dos Descobrimentos é disso um excelente exemplo, para não falar da sinalização urbana e do aproveitamento da Quinta da Fórnea. 

Como não basta só implementar as estruturas mas que também é necessário fomentar as visitas às mesmas, foi disponibilizada aos vistantes a possibilidade de adquirirem um bilhete único que permite visitar todos os museus da Vila pelo preço de 7,5 euros (a entrada no Museu dos Descobrimentos custa, desde ontem 5 euros), uma medida que merece um forte elogio.


Castelo de Belmonte / Solar dos Cabrais (Família de Pedro Álvares Cabral)


Exposição sobre Centum Cellas, na torre de menagem do castelo de Belmonte, com uma mostra de objectos recolhidos nas escavações das ruínas deste misterioso monumento de Colmeal da Torre. Parte do espólio esteve exposto até há relativamente pouco tempo no Museu Nacional de Arqueologia nos Jerónimos, no âmbito da exposição "Religiões da Lusitânia".



A Igreja de Santiago, anexa à qual se encontra o Panteão dos Cabrais, foi transformada recentemente num centro interpretativo dos Caminhos de Santiago que todos os anos levam inúmeros peregrinos a Santiago de Compostela. O espaço e os meios de informação estão muito bem conseguidos.


Capela lateral da Igreja de Santiago na qual se encontra uma "Pietá" monolítica (esculpida num único bloco) e policromática (pintada) em granito 



Museu Judaico de Belmonte. Excelente organização do espaço e ambiente interior, com peças interessantíssimas e um impressionante memorial das vítimas da Inquisição. Peca contudo, na nossa opinião, por não explicar mais pormenorizadamente os aspectos particulares do Judaísmo de forma a que um visitante que não conheça essa religião possa ficar devidamente esclarecido.


O Ecomuseu do Zêzere, projecto no qual colaboraram a EPAL e a EDP, mostra o perfil e a fauna e flora ao longo do curso do Rio Zêzere, desde a sua nascente no maciço central da Serra da Estrela, até desaguar no Tejo em Constância. Este museu, bem organizado, encontra-se instalado na antiga Tulha (celeiro / armazém) dos Cabrais, tendo sido preservada a traça original do edifício.

Aspecto de um dos tanques expositores que mostra o perfil do curso médio do rio Zêzere.


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