Nuno Álvares Pereira, o santo que mais espanhóis aniquilou na História da Humanidade.

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O Vaticano canonizou ontem 6 novos santos, entre eles o nosso bem conhecido D. Nuno Álvares Pereira. Este facto não deixa de constituir uma curiosa contradição relativamente ao contexto actual, visto que, ao contrário das organizações que estão a optar massivamente por uma política de layoff, o Vaticano opta por reforçar a equipa de santos com 6 novas contratações.

Nuno Álvares Pereira, que já era beato desde 1918, é assim elevado à categoria de santo, que é como quem diz, passou de uma situação em que estava a recibos verdes para o Vaticano, para se tornar efectivo, tendo assinado contrato sem termo. O próximo passo poderá passar por inscrever no Guinness Book of Records o agora sim Santo Condestável como o Santo que mais espanhóis abateu na História da Humanidade.

Os milagres de São Nuno

Um passo importante para Nuno Álvares Pereira entrar para o panteão dos santos foi um suposto milagre que lhe é atribuído na cura de uma dona de casa que havia sido atingida num olho por óleo a ferver. Contudo, aquele que foi efectivamente milagre, segundo Luís Miguel Duarte na sua obra “Aljubarrota – crónica dos anos da brasa”,  aconteceu ainda em vida do Condestável.

Reza a História que nas Cortes de Coimbra de 1385, reunidas para decidir quem seria o legítimo rei do Reino de Portugal, a extraordinária argumentação de João de Regras conseguiu convencer tudo e todos de que o Mestre de Avis era a pessoa ideal para o cargo. Contudo, segundo a investigação de Luís Duarte, a história foi ligeiramente diferente.

Ao que parece havia um forte e influente partido pelo Infante D. João, filho de D.Pedro e de Inês de Castro, por oposição a D.João o Mestre de Avis, também filho de D.Pedro e de uma dama galega. Quando ao fim de um mês as Cortes continuavam num impasse, Nuno Álvares Pereira chegou ao local com 300 dos seus homens, armados até aos dentes, e resolveu ir conversar com Martim Vasquez da Cunha, principal apoiante do Infante D.João.

Os invulgares poderes de persuasão de Nuno Álvares Pereira operaram um milagre e, imediatamente, Martim Vasquez mudou de opinião e passou a apoiar entusiasticamente o Mestre de Avis que, assim, foi eleito rei de Portugal.

A canonização é pois um acto mais que devido a uma figura que, muitas gerações depois de Aljubarrota, era ainda evocada pelos espanhóis que ameaçavam chamá-lo para obrigar os seus filhos a comer a papinha toda.

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