Não é todos os dias que a TVI merece a minha atenção mas hoje, acabou por fazê-lo graças a uma interessante reportagem que denunciou (mais) um dos aspectos que fazem dos portugueses, um dos povos com mais Chico-espertice da Europa: a má distribuição do Rendimento Social de Inserção, ex-Rendimento Mínimo Garantido.
A dita reportagem mostrava dois casos perfeitamente díspares: o primeiro de uma mulher que pura e simplesmente fazia a sua vida com base no RSI, prontamente denunciada com total despudor por um seu familiar “Ela não quer é trabalhar!” (a própria equipa de reportagem foi pouco delicada pois foi acordar a senhora quando nem sequer eram ainda duas da tarde).
O segundo, foi de um casal que, tendo ficado sem nada, viu no RSI a solução imediata para os seus problemas, aproveitando-o para relançar a sua vida. Tendo atingido novamente a estabilidade, eles próprios se dirigiram à Segurança Social para terminar a atribuição do RSI alegando que outros haveria a quem o RSI poderia ajudar agora que eles já não precisavam.
Se a ideia que está por trás do RSI é excelente pelo apoio que vem dar a muitas famílias e indivíduos carenciados, peca contudo, como tantas outros apoios estatais, pela deficiente fiscalização da sua aplicação e real necessidade de quem deles beneficia.
Por outro lado pergunto-me se não seria também vantajoso para o país tirar partido desta despesa de uma forma mais prática. Que tal incluir nas obrigações de benefício do RSI a obrigatoriedade periódica de trabalho comunitário ou de benefício público? Será que muitos dos beneficiários se manteriam tanto tempo no desemprego como o fazem agora?
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