Porque é que não há Nobel da Matemática?

Numa altura em que os prémios Nobel (lê-se "Nobél" e não "Nóbel") de 2008 estão a ser anunciados, faltando apenas os Nobel da Paz e da Economia que serão anunciados hoje e segunda-feira, respectivamente, é justo que o Blog do Katano se debruce sobre este tema.

Não vou falar sobre Jean Marie Le-Clézio que hoje venceu o prémio da literatura porque, simplesmente, nunca tinha ouvido falar nele, à semelhança de 87% de 4536 votantes no site da Fundação Nobel.

Contudo, o que motiva este artigo, é uma questão que Buescu coloca no seu livro: Se há Nobel para a Física, Química, Medicina, Literatura, Paz e para a Economia, então porque é que não há um Nobel para a Matemática?

Não tendo sido contemplada por Alfred Nobel no seu famoso testamento de 1897, tal como a Economia, que posteriormente foi acrescentada à lista, a Matemática nunca foi admitida na lista de prémios.

As razões para essa "omissão" são, ao que parece, mais mundanas do que a imagem filantrópica e culta de Alfred Nobel poderiam deixar supor. Segundo consta, Nobel ter-se-á incompatibilizado com Gosta Mittag-Leffler, o maior matemático sueco do Séc. XIX, e as más línguas dizem mesmo que este se terá envolvido amorosamente com a mulher de Nobel.

Embora seja difícil comprovar-se esta teoria, sabe-se no entanto que num primeiro testamento, feito em 1893, Nobel dispunha-se a ceder 5% da sua fortuna à escola dirigida por Mittag-Leffler, que mais tarde daria origem à Universidade de Estocolmo. Contudo, no seu último testamento, Nobel contemplou todas as instituições referidas no testamento anterior... excepto a escola de
Mittag-Leffler.

Com ou sem mulher envolvida, o próprio Mittag-Leffler terá admitido mais tarde que terão sido os seus atritos com Nobel a causa de não haver um prémio para a Matemática.

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