Ontem, a propósito de um pastel de nata que havia ficado solitário no seu prato perante 6 pessoas com evidente vontade de o comer (mas que se entregaram ao típico altruísmo hipócrita do "Fiquem vocês com ele!" quando na verdade, se ninguém estivesse a ver, se apropriariam dele em completa sofreguidão), lembrei-me de uma história que a minha falecida avó paterna me contou. Foi provavelmente num daqueles serões à lareira onde os meus avós me contavam aquelas histórias que misturavam a tradição, o sobrenatural e a história da região ingredientes que faziam as minhas delícias.
Dizia então a minha avó que, ali para os lados da aldeia de Almaceda, decorria uma boda e na refeição que reuniu os convivas após a cerimónia de casamento, foram servidas sardinhas.
A dada altura, sobrava apenas uma sardinha no prato, perante o olhar guloso e silêncio cúmplice dos convidados que, por uma questão de decoro, não se atreviam a pegar nela.
Subitamente, não se sabe se por obra de alguém ou por intervenção divina, alguém apagou as luzes da sala e foi então que, nesse preciso momento, foram encontrados no prato da sardinha sete mãos e um pé.
"E esta meu filho, é a honra de Almaceda", concluíu a minha avó com um esboço de sorriso trocista.
Comentários
Não é uma situação que ocorra frequentemente quando estou presente.Numa situação normal,as últimas 6 são minhas...
Minhammm..!
Já te chamam "The Guy From the Sardines".
Mafalda (Almaceda)