Serão os restos mortais de Leonardo da Vinci idênticos ao sorriso da Mona Lisa?

É essa a questão a que alguns investigadores italianos vão procurar responder quando abrirem o túmulo situado no Castelo de Amboise, situado na região da Loire em França, para tentar encontrar o crânio de Leonardo da Vinci. O objectivo será reconstruir o rosto do "mestre" e compará-lo com o retrato de Mona Lisa para testar a hipótese de este poder ser na verdade um auto-retrato de Leonardo da Vinci. Uma interessante possibilidade a juntar-se a outras como poder tratar-se da mãe de Leonardo ou da esposa de um mercador florentino.

Os investigadores já chegaram a acordo com as autoridades culturais de França, assim como com os proprietários do castelo e os trabalhos deverão em princípio ter início no próximo Verão apesar da polémica que este projecto causou em certos sectores que acham que Leonardo da Vinci deveria ser deixado sossegado. No entanto, se o crânio estiver por acaso intacto, o maior obstáculo será ironicamente determinar se este é realmente Leonardo da Vinci, uma vez que a igreja onde se encontrava originalmente o túmulo foi destruída durante a Revolução Francesa, não havendo certezas sobre se realmente terão sido trasladados os despojos certos.

Há realmente espaço para debate nesta questão de se poder ou não abrir túmulos para estudos científicos, por muito exóticos que sejam, mas... será mais legítimo abrir túmulos de grandes faraós, grandes reis do passado do Egipto, que abrir túmulos de figuras históricas mais recentes como é o caso? Ainda recentemente, também Cristóvão Colombo foi alvo de um episódio semelhante, embora para determinar se estaria realmente sepultado em Sevilha ou em Santo Domingo na República Dominicana, tendo-se comprovado que afinal o túmulo certo é o que está em Espanha.

Por cá, este tipo de intervenção parece ainda ser um dos tabus mais persistentes, como se constatou aquando da tentativa de abertura do túmulo de Afonso Henriques por uma equipa luso-espanhola, para efeitos de estudo antropológico, em 2007 quando o então IPPAR deu o dito por não dito e, depois de uma primeira autorização, voltou atrás e rejeitou por duas vezes o pedido da equipa deste projecto da Universidade de Coimbra.


Imagens de Leonardo da Vinci e da Mona Lisa, ou vice-versa, obtidos em: Jaredgann.com e Dus Infernus

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