Quem protege o Exército da ameaça dos condutores portugueses?

Se alguém ainda duvidava do estatuto dos condutores portugueses como uma das maiores ameaças à saúde pública, ao lado da qual o H1N1 é apenas um vírus traquina, o incidente da passada sexta-feira, no qual um veículo comercial atropelou 17 elementos de uma coluna militar em Tancos, vem confirmar não só esse estatuto mas também elevá-lo ao de ameaça à segurança interna do Estado.

Ao que parece, a coluna militar ocupava uma das vias de circulação, marchando no mesmo sentido de deslocação do veículo, tendo este surgido atrás dos militares. O último elemento da coluna terá feito sinal ao condutor para se desviar e este guinou para a via oposta, perdendo o controlo e voltando novamente para a via da direita, em pleno centro da coluna, colhendo os 17 militares.

Segundo o condutor, o acidente deveu-se não ao facto de circular a uma velocidade excessiva numa estrada em mau estado mas sim ao facto de os militares não usarem um colete retro-reflector, pelo que não lhe foi possível perceber a presença da coluna de 51 militares naquela recta da estrada. Ora, como sabemos, o colete retro-reflector é um adereço indispensável, mas de aquisição recente, da parafernália que os militares têm de usar. Aliás, há mesmo quem afirme que se os militares portugueses tivessem usado colete retro-reflector nas suas operações na altura, a Guerra Colonial ter-se-ia resolvido muito mais rapidamente.

Agora o Exército vê-se perante um dilema: frente a esta nova ameaça, que na última década provocou mais de 14.000 mortos, não será mais seguro enviar os soldados para locais mais seguros como os Balcãs ou até mesmo o Afeganistão?

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