Inscrição da entrada do campo de concentração de Auschwitz foi roubada


Uma das notícias desta manhã dá conta do roubo, perpetrado por desconhecidos, da inscrição "Arbeit Macht Frei" que estava sobre a entrada do antigo e infame campo de concentração de Auschwitz. Esta inscrição, que se traduz em "O trabalho liberta", era um símbolo do sadismo nazi tendo um significado implícito muito mais sombrio do que o que aparentava a quem aqui era internado. Fica a dúvida sobre quem terá realizado este roubo, que é apenas o último de vários que entretanto ali aconteceram e que subtraíram, por exemplo, os bicos por onde entrava o Zyklon B nas câmaras de gás. Mórbidos caçadores de recordações ou saudosistas de uma época que o Mundo pretende esquecer?

Embora muitos tentem hoje sanear aquilo que foi um dos maiores genocídios, a memória do horror permanece bem viva até hoje em muitos sobreviventes. Em 2007, conheci uma senhora, actualmente residente na Escócia, que me falou da angústia constante que era ser judia e viver na França colaboracionista do regime de Vichy.

Durante maior parte da 2ª guerra, quando era ainda uma criança, viveu escondida no sótão da casa de uma família de conhecidos em Lyon, que se arriscaram para a manter a salvo da deportação. "E a sua família?", perguntei eu. "A minha família?... Partiram todos em fumo pelas chaminés dos campos de concentração. Não ficou ninguém".

Fotografia: Samuel Cantigueiro

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