CSI Guiné

Um amigo meu, de nome Sumada, guineense a residir em Portugal, brindou-me há dias com uma história deliciosa que me fez pensar que séries como CSI evocam uma realidade completamente desajustada e ultrapassada.

Contou-me então o Sumada que, à chegada da sua viagem à Guiné para ir visitar a família, foi controlado por um agente da alfândega mais zeloso que o habitual que, tendo pedido o seu passaporte, observou atentamente a fotografia que nele constava. Depois de alguns segundos de observação, o agente alfandegário chegou à conclusão de que o rosto na fotografia não correspondia ao rosto do portador pelo que perguntou de quem era o passaporte.

Como o Sumada continuava a afirmar, com veemência, que o passaporte lhe pertencia e que era ele quem estava na foto, o agente alfandegário decidiu avançar para outro método de identificação: o da comparação das impressões digitais.

Sem pedir licença, pegou na mão direita do Sumada pelo indicador e colocou-o lado a lado com a impressão digital que estava no passaporte, observando atentamente uma e outra, como se estivesse num jogo de ténis de mesa jogado a um ritmo elevado. O veredicto não tardou e, tendo chegado à conclusão que as impressões digitais coincidiam, o zeloso agente alfandegário libertou o Sumada, permitindo-lhe seguir viagem.

PS - Ao que parece nos passaportes existe um campo com a etiqueta "Sinais Particulares". No passaporte que é referido nesta história, à frente de "Sinais Particulares" está escrito "Ver fotografia". Se poderá ser difícil para qualquer pessoa identificar sinais particulares numa foto passe, tenho no entanto a certeza de, para o agente alfandegário que protagoniza este artigo, tal tarefa seria uma brincadeira de crianças.

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