Por terras dos Francos VII


Destroços do que foi outrora a fortificação de Thiaumont que, durante os 10 meses da Batalha de Verdun, mudou de mãos cerca de 20 vezes.



"Aqui, é preciso vencer ou morrer". Temos a impressão de sermos tropas sacrificadas para retardar o melhor possível o avanço do inimigo e para permitir aos nossos de se reorganizarem sobre a linha das fortalezas, algo que deveria estar feito já há muito tempo. Durante o resto da noite, instalamo-nos como podemos mas não é fácil, os abrigos são insuficientes. Tentamos entrar em contacto com as tropas que deveriam estar à nossa direita e à nossa esquerda. Não há ninguém ou então estão demasiado afastadas. Todos têm o coração tão apertado que ninguém pensa sequer em comer.

Há já dois dias que não apanhamos com grande coisa, caem apenas alguns 77 sobre a nossa posição o que é espantoso pois os alemães devem ter esta colina bem demarcada. Finalmente o dia ergue-se. Observamos o terreno à nossa frente: tudo parece calmo na planície que conseguimos perceber até bastante longe, apenas algumas patrulhas ou homens isolados. Dizem-nos para nos escondermos o melhor possível pois os aviões inimigos circulam nos céus e arriscamo-nos a levar com os obuses que nos caem em cima e que lhes são destinados. É preciso também não nos fazermos detectar.

A manhã passa suficientemente tranquila, não somos bombardeados de forma alguma até que, por volta das 11 horas, a fuzilaria rebenta à nossa esquerda. Conseguimos ouvi-la mas, ao mesmo tempo, um sargento surge gritando: "Toda a gente para fora, vêm aí os Boches!".


Testemunho de Léon Vuillermoz, cabo do 23º Regimento de Infantaria, destacado para a aldeia de Vaux no momento do ataque alemão à região fortificada de Verdun

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