Há uns tempos atrás percorria eu, com o deslumbramento sempre renovado, as muralhas da aldeia histórica de Idanha-a-Velha, quando encontrei um grupo de senhoras no auge da sua 3ª idade, vestidas de uma forma que destoava um pouco do resto da paisagem envolvente.
Em amena cavaqueira, lá iam caminhando como quem se passeia num hipermercado e pára para ver todas as montras, obrigando assim quem vinha atrás - eu inclusive - a adoptar o mesmo ritmo de marcha e tornando-se assim impossível não ouvir os "interessantes" diálogos que se desenvolviam entre os membros do grupo.
A palavras tantas, a senhora que me pareceu ser a mais interventiva da comitiva, detem-se para contemplar as largas pedras da muralha e, com ar de indignação incontida de quem encontra uma solução fácil para um problema crónico, exclama:
"Não percebo! Se estas pedras são assim tão preciosas, porque é que não as vendem? O país está tão mal...!"
Confesso que nesse momento me apeteceu aplaudir. Gosto quando alguém transcende os limites de qualquer coisa que julgava impossível...
PS - Só para ajudar a compor a paisagem, o grupinho acabou por entrar num autocarro que dizia qualquer coisa sobre uma empresa de transportes públicos de Cascais.
imagem retirada d'O Blog do Alex
Comentários
lol
Um abraco beirao.