Natal é quando o homem quiser… uma vez por ano

Quando ainda falta mais de um mês para o dia de Natal, já se sentem no ar os sinais típicos de que a quadra festiva está a chegar e, tenho a impressão, de que isto acontece cada vez mais cedo.

É tempo de assistirmos ao início da azáfama nas ruas com algumas montras já decoradas, a instalação da tão tradicional iluminação natalícia já vai acontecendo e, provavelmente, começamos já a pensar no que vamos oferecer àquele tio ou àquela tia que no ano anterior teve a gentileza de nos ofertar um belo par de peúgas. Evidentemente, também damos largas à nossa subtileza com discretas e cirúrgicas sugestões a pessoas, estrategicamente escolhidas pela sua proximidade e poder de compra, sobre aquilo que gostaríamos de receber no Natal.

Contudo, o primeiro e mais evidente sinal de que a quadra natalícia está próxima chega-nos através dos meios de comunicação social, principalmente através da televisão, com os repetidos e sucessivos spots publicitários a brinquedos para crianças que, de tão constantes, se tornam também uma tradição de Natal.

É evidente que a criança dentro de mim não fica indiferente aos anúncios de bonecas e Action Men mas, a esta distância etária do tempo em que a minha motivação era outra, fico um pouco assustado com o que se transmite às crianças através destes anúncios.

Recordo por exemplo um em que se apela à compra de um conjunto de bonecas muito in que viajam de carro e tiram fotos e que, para poderem criar um efeito mais completo, obrigam a dona a estar tão ou mais colorida que a maquilhagem aparente das ditas bonecas. Claro que no fim a recompensa chega através da inveja que as bonecas despertam nas amigas das donas.

Depois, temos toda uma gama de anúncios de bonecos de plástico, com musculatura sobre-humana e uma indumentária de deixar o governador do estado da Califórnia roxo de inveja, em situações de acção inverosímil, cujos lemas são “matar”, “atacar”e “destruir”. Isto claro, apenas dois exemplos de um extenso manancial de anúncios do mesmo género.

Que se acautelem os Reis Magos no presépio! Um dia destes ainda vamos ouvir falar de um qualquer miúdo que, equipado com o seu Kit-Rambo ™, atentou à integridade das figuras do presépio gritando palavras de ordem próprias de quem não nutre especial simpatia por personagens que usam turbante.

Obviamente que a própria conjuntura televisiva acaba por não tornar muito surpreendente os anúncios em si que bem encaixam no meio de tanto telelixo, como um qualquer cimento rasca no meio de tijolos de dúbia qualidade.

Por este andar, não me admirava nada que um dia destes surgisse um anúncio a apelar à compra da Barbie Divorciada. Esta teria a grande vantagem de, para além de não trazer o Ken atrelado a si, ainda incluir no conjunto o carro, a casa, as jóias… * suspiro *

Comentários

Catarina disse…
Mto bem menino Caetano! Zero erros ortográficos. Já podes ir brincar, vai lá colocar o teu kit Rambo q temos em presépio pra abater... LOL :)
David Caetano disse…
Dissestes "q temos EM presépio"? :P Bora lá semear pânico entre as figuras sinistras que se escondem no meio do musgo!