Frase jeitosa I

Na vida de um homem há sempre um momento especial ou uma pessoa especial que o levam a pôr de lado, ainda que só por algum tempo, as suas regras de conduta. - Quinto Sertório

in A Hora de Sertório, João Aguiar

Comentários

JFFR disse…
E na vida de uma mulher? :)
David Caetano disse…
Sei lá... o Sertório só falou de homens. Verdade seja dita, neste livro fala-se muito de homossexualidade dando a ideia de que o exército romano era uma grande rebaldaria.

Agora sobre a vida da mulher, se calhar tu é que devias opinar. Já alguma vez perdeste a compostura por causa de uma situação ou de alguém? :P
Xamane disse…
Título correcto: "Frase da desculpa para o erro I"
David Caetano disse…
Se tu o dizes...

Mas já agora como estabeleces a diferença entre tolice e coragem? Entre errar e ousar?
Anónimo disse…
«Frase da desculpa para o erro» Permitam-me discordar... Não a desculpa do erro, mas a justificação daquilo a por uma questão de romantismo denominamos vulgarmente de "paixão". Que mais é a paixão na vida de um homem, ou de uma mulher, que não um momento (ou vários) de pura loucura, em que não se pensa, não se seguem regras, não se calcula o risco, não se medem consequências? E seguindo para o ultimo comentário, tal não me parece um acto de coragem ou de tolice. É tão simplesmente o ser humano a ser exactamente o q ele é... um animal e, em certos momentos, irracional, seguindo apenas os seus instinctos...
Xamane disse…
Através do sucesso.
Mas apercebo-me agora que talvez estejamos a falar em contextos diferentes...eu pelo menos estava a pensar em termos mais genéricos...
Xamane disse…
Antes de mais, o meu último comentário foi escrito antes de aparecer visível o comentário do(a) Anonymous.

Disse Eugénio de Andrade que o mesmo poema é diferente em cada pessoa que o lê, pois ninguém sabe o que o poeta pensou na altura em que o escreveu e interpreta-o assim à sua maneira.

Se enquadrarmos a frase num contexto de paixão / irracionalidade, seja ela amorosa ou de outro tipo qualquer, é verdade que não tem que ser um erro, como também não tem de ser legítimo só porque foi a paixão. Tudo depende do resultado obtido e das consequências não só para o próprio mas principalmente para terceiros.

Por exemplo, neste contexto de paixão / irracionalidade, tanto posso aplicar a frase a um indivíduo que se declara a uma rapariga e leva tampa, o que não constitui erro, a menos que o próprio ache que foi humilhante e não valeu a pena, como também posso pensar no individuo que se passa numa discussão e agride outro, aqui já temos erro, penso eu…e lá entra a frase da desculpabilização a que eu me referia.


Mas nada na frase remete obrigatoriamente para a paixão (a não ser talvez o contexto do livro, que desconheço), pois o indivíduo poderá ter a necessidade racional e completamente desapaixonada de em determinado momento especial, ou devido à tal pessoa especial, tomar as tais medidas fora das suas normas de conduta.

Da forma mais calculista e racional que possamos pensar, um indivíduo poderá tornar-se por exemplo, corruptível. Temos erro numa situação especial, um desvio das normas sob as quais o indivíduo se regia e em que acreditava. E lá virá novamente a frase-tentativa-de-desculpabilização-do-erro… “foi um caso especial uma necessidade da altura”

Enfim, interpretações e contextos, nada mais.
;P