Diz-me o que vestes e dir-te-ei quem és... ou não!


Confesso que este post, a esta hora tão tardia, não é mais que o sublimar de alguma indignação e surpresa quem me têm acometido sempre que uso uma combinação específica de vestuário. Quem tiver estado comigo na última quarta-feira, terá com certeza reparado que eu usava na altura um elegante "ensemble" constituído por calças clássicas vincadas cinzentas, sapatos pretos a condizerem com o cinto e uma bela camisa lisa de um tom azul que se situa entre o celeste e o bebé.


A primeira vez que coloquei em causa o uso desta combinação, foi sem dúvida há cerca de 2 anos atrás quando passeava pelas prateleiras preenchidas e concorridas de um hipermercado da cidade da Guarda. Preocupado em reunir víveres suficientes para encarar o futuro próximo de forma optimista, ou pelo menos de barriga cheia, não reparei numa senhora, provavelmente vivendo na alegria dos seus 50 anos, que se aproximava de mim com ar decidido. De surpresa, sou abordado por ela com um cumprimento cordial exprimindo o seu desejo que eu estivesse a viver uma tarde agradável. Em seguida atira uma questão marcante: "Olhe lá! Vocês já não têm arroz agulha daquele do pacote verde?". Fiquei siderado... "Olhe sinceramente não sei..." foi tudo o que a surpresa me deixou dizer.

Nesta quarta-feira última, regressava eu de uma visita relâmpago à nossa nobre capital, à qual me havia deslocado usando transportes públicos. No regresso, viajava de autocarro, uma viagem até agradável diga-se, não fossem os 4 indivíduos que se sentaram atrás de mim, bombeiros pelo que pude perceber, que passaram horas a discutir as actividades mais gratificantes e aliciantes, passíveis de serem realizadas num quartel com forte componente feminina.

O pior, foi mesmo em Castelo Branco, aquando de uma breve paragem de 10 minutos, na qual me apeei do autocarro para ir comprar um jornal diário. Apenas coloquei um pé na bela calçada portuguesa, sou abordado por uma senhora de aspecto respeitável que sem preparação me atira com a questão "Olhe, a que horas sai este autocarro?". Mais uma vez, surpresa e confusão...

Sem dúvida que se levantam várias questões. Será que a Sonae e a Rede de Expressos compram roupa no mesmo local? Será que os utentes assumem que quem se vista de forma respeitável e formal é assumidamente um funcionário local? Ou será que o meu fornecedor de roupa pecou por não me avisar que eu estava a escolher o meu vestuário numa secção destinada a funcionários das referidas empresas?

Comentários

JFFR disse…
Lol...

Olha, eu já fiz o mesmo tipo de confusão mais que uma vez. No meu caso, é sempre em lojas de roupa, quando eu me dirigo a comuns senhoras ou raparigas às compras, julgando que são empregadas das lojas. Elas ficam indignadas e eu, claro, amaldiçoo a minha cabeça no ar.
Catarina disse…
já agora...sabes onde é a secção dos enlatados? LOLOLOLOL ;)